Reminiscências da Violência Estatal: A Reparação Psíquica Através de uma Clínica Política
Licencia: Creative Commons (by)
Autor(es): Rodrigues, Natália Centeno ; Véras Neto, Francisco Quintanilha ; Teixeira, Rodrigo Fernandes
O artigo se propõe a abordar o caminho escolhido pelo Estado brasileiro ao realizar
a transição política da ditadura civil-militar (1964–1985) para uma democracia constitucional,
focando nas práticas reparatórias adotadas até constituir o projeto responsável por fornecer
a reparação psíquica, o Clínicas do Testemunho. O caminho metodológico escolhido foi o
dialético, pois nos permite a compreensão do processo histórico em questão. Para realizarmos a
pesquisa, adotamos os seguimentos procedimentos técnicos: a pesquisa de cunho bibliográfico
e documental. Nossa abordagem se compõe de quatro momentos: inicialmente traçamos
reflexões sobre a repressão ditatorial construindo o cenário. Depois passamos a abordar como
o governo militar começou o processo transicional e quais foram os caminhos percorridos, as
possibilidades e os espaços desenvolvidos para que os afetados e a sociedade tivessem direitos
humanos respeitados e efetivados. Enfim, passamos a abordar o Clínicas do Testemunho, sede
Porto Alegre, como projeto reparatório que visa satisfazer demandas, essas de cunho individual
– centradas nas figuras dos afetados, e coletiva, que diz respeito a toda sociedade, que recalcou
esse passado autoritário. Aqui abordamos o trauma socioindividual como algo que impacta
essa clínica política realizada após um longo lapso temporal, nos propomos pensar como isso
afeta e qual a importância desse projeto centrado nos indivíduos, em suas vivências e seus
testemunhos. Assim, concluímos que o Clínicas atua como um dispositivo de reparação que
problematiza as heranças autoritárias e possibilita para os afetados um paradigma de cuidado,
no qual o acolhimento e a escuta, são peças chaves para respeitarmos a alteridade.
Compartir:
Una vez que el usuario haya visto al menos un documento, este fragmento será visible.