Revisionismo, história e negacionismo: uma análise a partir das produções midiáticas do Brasil paralelo
Licencia: Creative Commons (by-nc-nd)
Autor(es): Silva, Samira da
A História, enquanto ciência, com seus métodos e critérios, busca narrar o passado pautado em fontes e em vestígios documentais, a fim de sustentar uma narrativa dele – passado – o mais fundamentada possível. O entendimento dessa metodologia é importante para perceber os processos de base científica exercidos na construção da História, evitando achismos, revisionismos baratos ou negacionismos quanto a fatos e a acontecimentos históricos. Desta maneira, o presente artigo tem como objetivo analisar a produção de conteúdo de cunho histórico, com tom revisionista, por meio de uma série de vídeos da organização/plataforma Brasil Paralelo, essa, pautada na análise teórica da produção e da divulgação historiográfica. Para isso, o presente estudo realizou, através de pesquisas teóricas bibliográficas, uma síntese da construção da História, como método de investigação do passado; na sequência, explorou-se as problemáticas envolvendo o período da Pós-Verdade, o revisionismo e o negacionismo histórico. O objeto de análise, em questão, trata-se de uma série de sete vídeos intitulado “Brasil: a Última Cruzada” que, além de assumir tom positivista, visa retratar uma narrativa alternativa da história. Trata-se de uma produção com finalidade educativa e afirma promover um revisionismo da história brasileira oficial. Todavia o que nossa análise observou é que se trata de uma narrativa positivista com revisionismo sem base científica (fontes), bem como possui forte apelo a entrevistados que são considerados reacionários e conservadores. Tem-se, desta maneira, uma história que enaltece feitos de elites brasileira, ao passo que oculta, ou mesmo deprecia, acontecimentos históricos relacionados a minorias étnicas e raciais do Brasil.
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