Sob as cores da barbárie: o imaginário da Segunda Guerra Mundial no horizonte literário brasileiro e português

A guerra é mais que um tema literário (Zilberman, 2015) ou matéria artística, a guerra é uma condição individual, coletiva, social e cultural que engendra sua representação a partir das vidas envolvidas — ou dos projetos por trás de sua representação — seja no evento
em si ou em suas consequências diretas — como os deslocamentos em massa — ou indiretas. A sombra da guerra é um fantasma que insiste em impor sua figura como ameaça secular — nem sempre como espectro, muitas vezes enquanto entidade real. Lembrar
os seus efeitos ou questionar os seus propósitos pode ser um meio para que a barbárie (na medida do possível) não se repita. O postulado adorniano — de que a educação seria o meio para impedir que Auschwitz volte a ocorrer (Adorno, 1986) — não se esgota, ao contrário, permanece premente no século posterior à bomba atômica e aos campos de concentração.

Compartir: