TRADUZIR: ESCREVER ENTRE LÍNGUAS
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Autor(es): Luis S. Krausz
Este artigo propõe-se a investigar em que medida as ideias metafísicas relacionadas à linguagem e aos poderes da linguagem, tanto na tradição grega arcaica de Homero e Hesíodo quanto na tradição bíblica do livro de Gênesis, que, durante o século XX, foram novamente trazidas à tona, discutidas e reavaliadas por autores como Walter Benjamin e Bruno Schulz, também fazem sentido enquanto contribuições para uma discussão em torno da natureza da tradução literária. Estas ideias provenientes da Antiguidade estão vinculadas, por um lado, a uma visão da linguagem como uma dyamis original e autônoma, como uma força criadora de sentidos, que antecede a “realidade” para tornar-se o real em si mesmo, e se contrapõem aos conceitos linguísticos estabelecidos por Ferdinand de Saussure e Émile Benveniste, que partem de uma abordagem prática da linguagem e postulam o caráter arbitrário dos vocábulos. Na concepção essencialista da linguagem, própria do mundo arcaico, assim como no conceito goethiano de Verwandtschaft (afinidade) talvez se encontrem contribuições valiosas para a práxis da tradução literária.
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