Uma questão para a educacão inclusiva: expor-se ou resguardar-se?
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Autor(es): Sekkel, Marie Claire ORCID ; Zanelatto, Raquel ORCID ; Brandão, Suely de Barros
Este artigo discute as relações entre os atores institucionais que participam de uma proposta de educação escolar inclusiva. Com essa finalidade, foram utilizados recortes dos dados coletados em uma pesquisa sobre a construção de ambientes inclusivos, realizada em uma escola municipal de educação infantil em São Paulo, no período de 2006 a 2008. Os dados foram organizados em torno da questão expor-se ou resguardar-se?, que dá visibilidade aos movimentos presentes nas relações institucionais. A pesquisa utilizou a etnografia como método de coleta de dados, e a análise foi feita com base no referencial da teoria crítica da sociedade. Os resultados apontam a presença do sentimento de ameaça, que gera a necessidade de resguardo, e também de situações de abertura à experiência no trabalho desenvolvido com as crianças, que pressupõem a necessidade de expor-se diante de si e do(s) outro(s). Segundo autores da Escola de Frankfurt, a origem desse sentimento de ameaça é social, e o medo deve tornar-se consciente para que seus efeitos destrutivos para o indivíduo e para as relações sociais possam ser evitados. A abertura à experiência, por outro lado, é necessária para a produção de uma consciência verdadeira, que é o principal objetivo da educação segundo Theodor Adorno, e deve ser considerada elemento fundamental para os processos educacionais inclusivos.
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